François

25 de ago de 20221 min

Aécio neves...

...o neto sem avô.

Quando Auro Soares de Moura Andrade, que fora preterido por Jango para ser primeiro Ministro no parlamentarismo, aproveitou a movimentação militar que acabou derrubando o governo legítimo, estando na presidência do Congresso, gritou no microfone da Mesa: "Declaro vaga a Presidência da República", recebeu do deputado paulista Roger Ferreira uma cusparada na cara. E da sua cadeira levantou-se o deputado Tancredo Neves, gritando: "Canalha! Canalha"!

Pois é. Tancredo avô de Aécio. O que restou dessa genética? Restou o preparo de leitura? Não. Restou a maneirice mineira? Não. Restou a dignidade moral? Não. Restou a coragem cívica? Não.

Aécio Neves desavosou-se. Não é neto do seu avô. Fosse, teria aproveitado a oportunidade do momento. Qual? Ele questionou o resultado das eleições, quando perdeu pra Dilma. Foi um questionamento legítimo? Foi. Direito dele. Após as apurações constatou-se a lisura do resultado. E ele aceitou, acatando o resultado das urnas.

O que ele deveria fazer agora, se neto de Tancredo fosse? Declarar publicamente que após o seu questionamento o resultado eleitoral estava correto. E fazer a defesa da Democracia, da Justiça eleitoral e das urnas eletrônicas.

Mas não o faz. É um neto sem avô político. Sem avô histórico. E deixa Tancredo, que tanto o amava, na condição de avô desnetado.

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