É o que sou em muitas coisas. Em tendências e opiniões.
Sou ex-carola, rezei tanto na meninice, que ficava de queixo dormente, como diria Galbê, lá da Casa do Estudante.
Ex-preso político. E certamente não votarei a sê-lo, a depender do golpe pelo qual sonha o general Heleno, com seu pijama de bolinhas.
Ex-comunista. Acreditei nessa ilusão, num momento da vida nacional em que a companhia de outros crentes do comunismo era o amparo de luta contra a Ditadura. Lutei num front de pouca importância, um front peba, pequenino, de pouca ou quase nenhuma visibilidade. Hoje, defino-me democrata socialista. Sociedade economicamente socialista e politicamente democrática.
Ex-anarquista. Por muito pouco tempo, uma bobagem lírica de quem procura uma definição.
Ex-torcedor de futebol. Não tenho mais time de estimação. Continuo gostando de ver os jogos de futebol, apreciando o espetáculo do mais democrático dos esportes. Torci pelo CLEM, de Martins. Pelo Corinthians, de Caicó. Pelo Vasco, do Rio de Janeiro. Pelo América, de Natal. Pelo que vejo aí, nenhum deles vive mais. Ou se algum vive é um zumbi de vinte e duas pernas. Embuás rastejando em grama.
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