O liberalismo sempre criticou com retórica e números a demagogia populista da esmola. Tudo se resolveria com empregos, enxugamento do Estado, entrega da atividade produtiva à iniciativa privada, preços regulados pelo mercado, blá,blá,blá.
O paraíso estava à mão. Crescimento da economia, liberdade de investimentos e combate à corrupção. Tudo entregue à competência privada.
Aí veio a realidade. Primeiro, num país miserável o Estado obriga-se a estar presente. Segundo, a corrupção se deu com o Estado cooptado pela "competente" iniciativa privada. Empreiteiras e empresários comprando e vendendo "licitações", num conluio com o poder público. Não era o Estado. Eram ladrões do erário. Tornando os empresários "bem sucedidos" em milionários, à custa dos miseráveis.
Agora, o liberalismo decide por força da realidade ofertar uma prebenda. Um óbulo, uma esmola de seiscentos reais. Só que desastradamente não sabem como entregar a esmola prometida. E os esmolantes, de bacia de flandre na mão, mendigam pelas ruas da internet. "como faço pra receber"? "eu tenho direito"? "quando sai"?
Foi a esmola prometida mais demorada da história da demagogia. Os liberais não se prepararam para uma realidade simples. Eles não conhecem o Brasil. Nunca conheceram. São fantoches das próprias teorias. E os mendigos aos montes continuam sem saber onde danado estão "os seiscentos"... Seu Guedes, coitado, foi salvo pelo gongo do corona vírus.
Pois é! Mas a super-prebenda aos bancos, esta, sim, saiu ligeiro, sem embargos...