Começo como? Nem sei. Mas, tento vê-lo daqui pra criar coragem. Você vive nesse momento uma inversão da ordem natural das coisas. Pai não foi feito para sepultar filho. Porém, a ordem natural das coisas não é ordem nem natural. Desde que o ser humano por aqui chegou que essa ordem natural deixou de sê-la.
Passamos um pedaço da tarde de hoje, Laurence Nóbrega e eu, dedicando nossas memórias a você. Soubemos da partida de Alan quase na mesma hora. Laurence, por Edgar, o Capitão Gancho, como ele o chama. E eu, pelos parentes de Mossoró.
Foram muitas estórias engraçadas, alegres, de vida. Tanto que terminamos tristes. Temos inveja de você, posto que você crer na vida continuada e permanente da espiritualidade. Eu o invejo, pois não consigo ir além da finitude.
Mas, mesmo assim nos é dado o fardo do sofrimento quando parte alguém do nosso afeto. Embora crendo na continuidade do espírito, na certeza que você tem. Mesmo assim. Sei que Alan foi sua última e mais robusta paixão.
Meu abraço e minha tristeza, receba os dois. E aqui incluo Laurence. Que a memória do filho adorado lhe dê força. Muita força.
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