Saio de um nome execrável do texto anterior para um nome admirável do presente texto. Ciro Ferreira Gomes. Militante político da Democracia, do Estado de Direito, das liberdades públicas e fundamentais.
Bom governador do Ceará e excelente prefeito de Fortaleza. E nenhuma dessas atribuições é de fácil consecução. Ministro de Estado de vários governos, exercendo com dignidade e competência todas essas funções.
Mas não é sobre isso que vou tratar. É sobre o papel de Ciro Gomes neste momento da vida nacional. Ele começa a ocupar o vácuo que a estreiteza divisionista e idólatra da oposição vinha cultivando. E isso é muito útil nesse momento de incertezas econômicas, caos sanitário e estupidez política.
Até agora, o único opositor do desgoverno federal é o próprio "chefe" do Executivo. Bolsonaro reside moral e politicamente numa espécie de estábulo do fuxico. E todo dia arma um esperneio. Ouve-se o som do relincho. Ou, no popular, do rincho mesmo.
Nesse ambiente, onde trabalham os palafreneiros, Bolsonaro não é sequer o palafrém. Não. Esse era um cavalo nobre, elegante. O nosso presidente está mais para o pangaré. Não fala, rincha. Não age, escoiceia.
É aí, nesse vácuo, que Ciro Gomes começa a espantar o marasmo. Respondendo com conhecimento sobre as aberrações de um governo que faz de tudo, inclusive nada. E não governa. Ameaça.
Sobre ameaças, valho-me de uma regra do manual militar. "Não tema do inimigo o que ele quer contra você. Tema o que ele pode". E esse poder caricato pode e consegue sujar a dignidade da Presidência da República, por um tempo, mas não pode matar a Democracia. Continue, Ciro Gomes.
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