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Ciro Gomes...

...joga a biografia no lixo.


Qual biografia? A dele. Escrevo isso com tristeza, muito mais com pena do que com raiva. A raiva você tem quando a decepção se dá sobre alguém que lhe desagrada, mas impõe respeito pelo nível razoável do desagrado.


Com Ciro Gomes não acontece isso. Alvo da minha admiração antiga, eleitor que fui dele duas vezes, vejo-me na condição de enganado. Tanto na admiração imerecida, quanto nos votos perdidos. E não perdi os votos pelas duas derrotas, perdi-os pela constatação de que votara num charlatão eleitoral. Um mentiroso de erudição. Um jurista de fancaria. Num embromador teórico, sofista, de mediocridade intelectual e caráter gelatinoso. Aquele caráter que se não ocupa o espaço do recipiente, mexe-se nele ao sabor do malabarismo das conveniências.


No momento atual, em que a Democracia e o Estado de Direito são agredidos descaradamente pelo fascismo farisaico de uma turba da intolerância, desassossegando a vida nacional, negando os mais elementares direitos à liberdade de opinião e o respeito ao contraditório, Ciro Gomes alia-se ao obscurantismo. E o faz com a cobertura do rancor, humilhado pela rejeição popular à sua postulação.


Escolheu o lado obscuro. Chama de agressivo o discurso de Alexandre de Moraes, que foi um libelo acusatório contra os inimigos da Democracia e do processo eleitoral. Logo ele, Ciro, o desbocado que não se estipula limites nas agressões aos outros, desafetos ou oponentes. Ensinando Moraes a tratar com afagos quem tenta desmontar a liberdade democrática. Ciro Gomes, devolva-me meus votos, para que eu possa jogá-los no mesmo esgoto onde você acaba de jogar sua biografia.



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