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De cultura e sucata

  • Foto do escritor: François
    François
  • 8 de mai. de 2020
  • 2 min de leitura

Ou da sucata na cultura. Vamos aos conceitos. Cultura é tudo que o homem cria, produz, transforma ou inventa em convívio ou confronto com a natureza. O inverso é de origem natural, inclusive o próprio homem.

Quando um ancestral nosso usou um rebolo para derrubar uma fruta, nascia ali um objeto cultural. Lá no terreiro da caverna, ainda no som gutural sem organização vocálica.

O tempo, estuário da História, em que ela se realiza sem controle dos protagonistas, altera tudo. Inclusive a forma de compreensão dos conceitos.

Daí que a palavra cultura sofreu e ainda sofre alterações semânticas. Como todas ou quase todas as palavras. Algumas morrem, pelo desuso. E um desses sentidos dados à palavra cultura é de acúmulo de conhecimentos. Fulano tem cultura, ou fulano é culto.

Pois bem. Nessa confusão de gerência de órgão cultural, vem a pergunta: O indicado tem cultura? Não vejo necessidade desse atributo. Posto que ele poderá ser suprido pelo bom senso ou por assessoria competente.

Assim como não precisa ser culto para exercer a presidência da República. Não. Se você fizer um passeio pelos nomes dos nossos presidentes, poucos merecem a adjetivação de culto. Poucos.

Mas há um atributo indispensável para exercer a presidência da República ou qualquer órgão diretivo da cultura. Esse atributo é a COMPOSTURA.

Bolsonaro tem cultura? Não. Isso faz falta? Não. Bolsonaro tem compostura? Não. Isso faz falta? Faz. Um presidente sem compostura não tem legitimidade moral para exercer o cargo. Regina Duarte tem cultura? Não. Isso faz falta? Não. Regina Duarte tem compostura? Não. isso faz falta? Faz. Uma diretora cultural sem compostura não possui legitimidade moral para dirigir a cultura. Ponto.

Daí é sair de rainha da sucata para peça da mesma, no meio das tranqueiras. De carburador pifado a virabrequim desmontado.

 
 
 

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