Jair Bolsonaro disse que vai criar um programa de renda básica para os miseráveis, acentuando que pretende varrer o PT do Nordeste. A tática, longe de ser estratégia, foi a mesma que o PT utilizou. A velha, surrada e comprovada ineficiência da esmola. Ponto.
A esmola serve mais ao "generoso" do que ao miserável. Mesmo sendo inevitável nas calamidades. O doador purga culpas, e nessa catarse ainda colhe o beneficio dos votos. Com o voto o pedinte vira "doador" e o doador vira pedinte. E ambos continuam exatamente como estavam antes das eleições, o miserável continua pobre e o doador continua no poder.
Mas é necessário fazer algumas considerações. Quem vai varrer e onde vai ser varrido? O Nordeste não é o único nem o maior bolsão de miséria do Brasil. Todas as periferias das grandes cidades, e de todas as capitais do Sul e Sudeste, sem exceção, são bolsões de miséria que reduz a farrapos a própria condição humana. Na maioria nem precisa ir à periferia. Os próprios centros urbanos são estuários de mendicância.
Todos serão alcançados nessa varredura?
Pois é. Varre daqui o PT de como fica por lá? Manuela D'ávila lidera as pesquisas em Porto Alegre, onde Bolsonaro ganhou folgado. O bolsonarista candidato não está nem no segundo lugar. No Rio, a mesma coisa. Em São Paulo, Russomano, que sempre começa vencendo e nunca ganha, arrancada de leão e chegada de jumento, começou vencendo de novo. Para não cair, virou bolsonarista, já foi lulista, esperando manter ou melhorar a posição nas pesquisas. O que deu? Já caiu dois pontos após o apoio de Bolsonaro. Em todos esses lugares Bolsonaro venceu folgadamente. E transferiu votos.
Agora, começa a desfibrar-se. Cuidado para não cair na cilada da própria tática. Varre daqui os inimigos e é varrido de onde tinha vantagem. Será que a troca compensa?
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