A idolatria é a superação individual do fanatismo. A necessidade de transferir para o ídolo todas as frustrações, deficiências e carências. E nessa transferência, o idólatra se purga. É uma catarse de purificação. Um passeio pelo purgatório.
É do nosso tempo? Não, não. É de todos os tempos. A idolatria sustenta o déspota, e o iconoclasta quebra o mito. Quando esse fenômeno, conhecido de tempos da incultura mais vertical, da mais brutal dominação das mentes, seja nos templos do paganismo ou nos mosteiros cristãos, na violência mais inominável da intolerância, da cobrança que exige a abolição do pensamento livre ou individual, aí você vai encontrar a idolatria nas suas mais variadas formas. E quem se opuser será o iconoclasta a ser expurgado.
Exemplificar enfraquece a força abstrata do pensamento filosófico. Por isso, em respeito a este texto, não exemplifico. Taí o Brasil.
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