top of page

Lourenço doido inventou a lua

Foto do escritor: FrançoisFrançois

Ele não tinha onde morar,/ nem na rua./ Pois não era de lá./

Do mato que era, só galhos,/ folhas e sombras que sobravam./

Assim era Lourenço, o inventor da lua./


Nunca esteve numa rua./ Nem viu uma mulher nua./ Lourenço não sabia rimar./

Mas inventou a lua.


Sem teto algum, lugar qualquer, Lourenço quer um lugar pra lua./ Inventou que é,/

sua invenção não pode morar na rua./


Dividiu a casa da invenção/ em quartos que sua mente pôs espaço,/

para cada situação./


Diferente dele,/ sem teto e locação,/ sua lua teria quartos/

pra sua acomodação./



Nascia frágil, Crescente,/ ia se enchendo até ser plena./ Cheia, plenilúnio./

Depois, secando, minguando/ como tudo que clareia./


Novilúnio no breu da noite/ onde só tilintam os astros ao longe,/ como disse o poeta,/

"posso lhe escrever os versos mais tristes esta noite"./


Porém, entretanto, mas porém, Limeira, gêmeo de Lourenço, ponteia na viola/

a boa nova, Você acaba de inventar a Lua.



 
 
 

Posts recentes

Ver tudo

Ocaso e cerveja

Envelhecer não faz ou desfaz ilusão/ não pede zelo, no desmazelo do atropelo. Não./ É entre dores,...

Teste

Não é uma crônica, nem verso, só teste. uma tentativa de volta, sem revolta, sem vista ou veste. Nua, quase crua, sem casa, na rua. E por...

Comments


bottom of page