Bastam esses nomes para arrebanhar a saudade de um país que já houve. Juscelino Kubitschek, Evandro Lins e Silva, Sobral Pinto, Leonel Brizola.
Um país que já houve. Começou a deixar de ser quando os coturnos da imbecilidade e ganância militares resolveram tomar posse de uma capitania contando com o apoio de capitãs do mato civis, enjoados de perder eleições. Esses civis foram traídos e humilhados pela milicada, agora inebriados pelo poder.
E de lá pra cá foi só mediocridade política, pequenez jurídica e acabrunhamento moral. Esse país que se sustenta apenas na geografia, cuja história habita no calabouço da historiografia, banha-se no esgoto e perfuma-se de escatol.
Saudade do país que já houve? Nem sei. Talvez não seja saudade, ou nostalgia, seja tão somente a constatação de que o país que não há dificilmente haverá se o útero infecto desse parto medíocre continuar parindo líderes da qualidade e fisionomia desse rebanho que por aí se espraia desmanchando a esperança e apodrecendo o poder, já esgarçado e desmoralizado.
Antes do noticiário da manhã, vou pegar a dose de Plasil.
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