...de uma derrota inquestionável. Os malabaristas de verbos e adjetivos, advérbios e conjunções tentam convencer outros e a si próprios de que o resultado das urnas não foi uma derrota acachapante da direita integralista. Quem venceu? A esquerda, o centro esquerda, o centro e a direita democrática. O bolsonarismo, direita da estupidez, perdeu e perdeu feio. Ou bonito.
Essa é a constatação substantiva. Nas capitais, cuja decisão saiu no primeiro turno, Bolsonaro perdeu em todas. Todas. Para o segundo turno, apenas em duas os bolsonaristas conseguiram atravessar. Rio de Janeiro, onde perderá feio, ou bonito, e Fortaleza, onde o candidato apoiado por Bolsonaro já declarou que não é candidato de ninguém. Medo grande. Ele vinha muito bem nas pesquisas, em primeiro lugar; quando recebeu o apoio público de Bolsonaro, caiu e chegou ao segundo turno em segundo lugar. Perderá também. Anotem e cobrem.
O Psol elegeu o vereador mais votado do Rio de Janeiro, onde o campeão de votos da eleição passada fora o filho de Bolsonaro. Agora, Carluxo elegeu-se em segundo lugar com um terço a menos dos votos da eleição passada. O Psol elegeu o vereador mais votado de Porto Alegre. E também elegeu o vereador mais votado do Recife. A mãe dos filhotes de Bolsonaro não se elegeu vereadora. A auxiliar predileta de Bolsonaro, que agregara o sobrenome do ídolo ao próprio nome, não conseguiu eleger-se vereadora em Angra dos Reis. A companheira de Marielle Franco, vereadora assassinada covardemente por bolsonaristas, elegeu-se vereadora com votação consagradora.
Se isso não é uma derrota, só há uma explicação. O delírio contagioso do fascismo informando que Donald Trump também não perdeu. Tudo na mesma lata, esperneando feito siris capturados.
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