O ex-juiz e ex-quase futuro ministro do Supremo, agora candidatável até à presidência da República, não caiu no dia em que rebelou-se com a demissão do seu menino de ouro da PF do Paraná.
Nem no dia em que impediu o fatiamento do "seu" ministério em dois, Justiça e Segurança. Que juntos nunca fizeram justiça nem promoveram segurança. Moro bateu o pé manteve a junção.
Nem no dia em que discordou de Bolsonaro sobre a sanção do juiz de garantias .
Nem quando foi apanhado pelas revelações de suas ligações parciais com promotores e investigadores, em processos submetidos à sua apreciação.
Não. Há um dia D na queda de Moro. Sua Normandia invadida. Sem que ele percebesse, pois nada de bombardeio. Uma brigada do rancor, com tanques sutis e invisíveis.
Que dia foi esse? No dia em que Sérgio Moro, juiz e ídolo de grande séquito, esnobou a continência que Bolsonaro lhe prestou, numa lanchonete de um aeroporto.
Eu tinha minhas dúvidas, após ser alertado por Chico Preá. Porém, foi o próprio Bolsonaro quem dissipou as dúvidas.
No seu pronunciamento, respondendo a Moro, ele declara lembrar-se exatamente desse dia, do local e da hora do evento. Foi ali que Moro caiu, antes de ter subido.
"Não chorei, pois se dissesse estaria mentindo, mas fiquei muito triste". Disse Bolsonaro. Taí. Ele não esqueceu nem perdoou. Preparou o plano de vingança, meticulosamente, como agem os rancorosos vingativos.
E pra isso prometeu tudo. Vaga na caverna dos morcegos, porteira fechada de indicações e prestígio de super ministro. Depois, foi desidratando. Até deixá-lo light. E vulnerável à queda.
Tudo calculado... típico de psicopata!