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  • Foto do escritorFrançois

Oito de Setembro

Acordei de madrugada, pra mijar, e fiquei pensando: será que o sol nascerá? Pois num é que nasceu!? Foi. Do mesmo jeito e dos mesmos ângulos, variáveis a cada estação. Da grota do "Mãe Guilé" ele nasceu por trás do Patu, a serra lisa dos Tapuias Janduís; da visão da Praia do Meio, presumo, ele surgiu espalhando espelhos quebrados pelas águas do Atlântico, de onde quase se sente o cheiro do suor de Angola e Moçambique.


Todo mundo esperando o Sete satânico, que iria mexer até na rotação da Terra. Tudo bufa. Aquela que nem chega a peido. Eu nunca tive dúvidas. E cantei: Vai ser mais uma cagaço de ameaça desse Bolsobabaca. Bufão, inventou um ultimato, que nada foi além de uma cagada no mato. Cagão, cercado de idiotas, uns a paisana e outros fardados. Bando de "escoteiros" retardados com idade suficiente pra não esbanjarem imbecilidade. Os escoteiros de verdade não merecem a comparação.


Mas o Bolsobabaca presta um serviço à Pátria. Qual? Mostrar que eleição não é momento de votar com ódio de ninguém. Nem com com fanatismo por ninguém. Nem por compra de voto a ninguém. Nem por crença de salvadores da pária de ninguém. Nem pra endeusar mitos e mentiras de ninguém. Taí a lição. O país aos pandarecos, saúde no esgoto, educação na sarjeta, segurança no hospício, desemprego em cada esquina, tudo a desabar e um filho de roncadeira querendo fazer do país uma fazenda de bois mansos a serviço dele e dos filhos. Família quadrilhesca, cuja única atividade produtiva foi assaltar o erário.


Hoje é Oito de Setembro, o dia que vai desmoralizar o Sete satânico dos guzerás bípedes. O guzerá é um boi fornido, de ancas largas, peito estufado e chifres enormes.


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