top of page

Poema para Gibran

  • Foto do escritor: François
    François
  • 19 de dez. de 2020
  • 1 min de leitura

Não me interessa mais/

que horas são./


Nem quais são as orações/

de cada hora.


Não poderei dizer/ com Khalil Gibran/

que "ninguém nunca ouviu minha boca pronunciar uma oração"./


Muitas foram pronunciadas/

numa reza sem qualquer convicção./

Terços debulhados/ para salvar almas/

ou espantar fantasmas inexistentes./


Tudo perdido num relógio do sol,/

marcando a perda do tempo./


Mas se o tempo não se recupera/

a reza também não./

Fica tudo pronunciado/ na anunciação do desperdício,/

que é o destino da oração./


Gibran Khalil Gibran, "Jesus, o filho do homem:"/

"Vossos filhos vêm de vós, mas não são vossos".


Quanta oração jogada ao vento,/

e quanto vento a jogar orações/

no despenhadeiro de ouvidos moucos./


Não me interessa que horas são./

Nem qual seja a oração da hora certa./





 
 
 

Posts recentes

Ver tudo
Viva o alumioso!

Estou a falar de Sinésio, entrando em Taperoá, no meio dia, com seu chapéu de alumínio, brilhando ao sol de escaldo, no sertão da...

 
 
 
Trump é o Stalin da Direita.

O mundo parou de girar, estático, como toda burrice, empacou. Ninguém quer ou tenta querer fazer esse burro caminhar. Ponto. Os astros...

 
 
 

Comentarios


bottom of page